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“Os Livros fazem-se de Sonhos"
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2011/12/141839 leram | 0 comentários | 1164 gostam
Estava uma noite escura, fria, cheia de neve. E lá estava eu, em frente à casa mais assustadora do meu bairro, ou talvez de todo o planeta.
Havia quem lhe chamasse “Casa dos Pesadelos”, outros, tal como eu,...
chamavam-lhe simplesmente “Casa dos Medricas”.
        E, para provar a minha coragem, certo dia, enfrentei a realidade, com um nó na garganta e cheio de medo.
Bati à porta e esta abriu-se sozinha. Entrei e uma corrente de ar bateu-me na cara com uma força sobrenatural. A seguir, aterrorizado, dei dois passos e
deparei-me com um esqueleto. Fiquei ali parado alguns segundos e depois segui o meu caminho.
Passados minutos de caminhada, apareceu uma porta medonha e castanha, cheia de desenhos grafitados que mais pareciam egípcios.
Abri-a calmamente e, com muito suspense, como fazem nos filmes, olhei para os conteúdos daquela sala sinistra. Parecia um laboratório, mas mais pequeno. Fiquei surpreendido com toda aquela tecnologia, mas fixei o meu olhar espantado numa coisa que ultrapassava os limites do futuro: uma criatura nojenta encubada num pequeno recipiente cheio de CO2 (Dióxido de Carbono). Olhei uma vez para aquela coisa horrorosa, mas arrependi-me e jurei a mim próprio não voltar a fazê-lo.
Voltei novamente à minha investigação daquele “mini” laboratório, mas não consegui resistir e voltei a fitá-lo. Lembrei-me a seguir que, anteriormente, ele tinha os olhos fechados e que agora os tinha aberto, repentinamente. Apavorado, prossegui a minha viagem medonha e solitária.
E foi então que ouvi um vidro estalar-se e, logo de seguida, partir-se por completo. Teria aquela criatura renascido e fugido?
Sim, tinha a certeza que sim! Corri o mais rápido que pude, mas quem consegue fugir quando o corredor onde se localiza está a funcionar no sentido oposto de esse alguém? Sentia passos a aproximarem-se cada vez mais. De repente, ouvi a porta que dava acesso ao laboratório a escancarar-se...
Entrei em pânico, tentei aumentar a minha velocidade e, finalmente, detetei que algo tinha mudado. O chão tinha parado e eu corri para a porta mais próxima. Abri-a, encostei-a e tentei espreitar para o corredor. Não vi nada e fiquei mais calmo. Depois pensei: “E agora, o que haverá nesta sala?”.
A nova sala era escura e um pouco poeirenta. Com o meu olhar assustado, tentei ver alguma coisa mas nada resultava, tinha que seguir às escuras, pé ante pé...
Fui dando alguns passos e, à medida que ia andando, ia ficando com ainda mais medo, sentia e ouvia o bater do meu coração. Até que cheguei a um ponto em que parei e lembrei-me de que tinha uma lanterna. “Como fui tão burro em não me lembrar disto antes?”, questionava-me eu.
Direcionei a luz em frente e, nessa altura, reparei que a sala onde me encontrava estava cheia de caixotes e pó. Logo de seguida, apontei-a para os lados e tinha os mesmos conteúdos. Então, decidi seguir em frente com a minha pesquisa. Alguns segundos mais tarde, que me pareceram horas, encontrei, por fim, a porta de saída daquela sala indescritível.
Ufa, e com alguns suores frios e arrepiantes, encontrei um espaço que posso definir como o mais limpo e arrumado de toda a casa. Tudo parecia estar devidamente organizado, segundo a minha opinião. Mas de que serve a opinião de alguém que tem tudo o que lhe pertence fora do sítio na ocasião?...
Vasculhei algumas gavetas e cheguei à conclusão de que estava num quarto. Mas, de repente, quando tudo parecia não ter fim, que eu não iria conseguir sair daquele pesadelo, tudo se transformou e tornou-se calmo e maravilhoso.
O quarto ficou com uma luz tão intensa que iluminava todos os seus cantos e, subitamente, mesmo no centro, apareceu, lá no alto, um livro a pairar no ar, brilhante como o sol.
Tentei tocar-lhe, pois na altura pareceu-me o mais correto, e, como que por magia, lá estava eu num belo jardim com as mais diversas flores coloridas e garridas, com perfumes que nunca tinha sentido, borboletas de todas as espécies e cores, e um enorme arco-íris sobre um céu azul tão límpido que fazia lembrar o mar.
Tinha finalmente encontrado o meu livro, o meu sonho!


José Pedro Marques, 5º C


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