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Paleio Atmosférico Necessariamente Desnecessário
Por Pedro Marques (Aluno, 8º C), em 2015/03/05762 leram | 0 comentários | 212 gostam
Uma árvore atrevida tinha tido o atrevimento de se atrever a provocar o santíssimo Padre! Não o podia tolerar! "Mas que é isto?" perguntava-se. A única coisa de que tinha a certeza era de não ter a certeza de nada!
Ao que toca ao Nascer do Sol, literalmente, não há data certa, assim como o nascimento da sua mulher, a Chuva, e de cada um dos seus filhos: a Neve, fria por dentro e por fora, o Vento, feliz com a sua opção de vida, o celibato, o Nevoeiro, duvidoso, ou até mesmo a Aurora Boreal, a mais nova da família, e a mais bela. O que podemos afirmar é que lá, naquele dia que ninguém sabe, Dia de S. Nunca, à tarde, foram criados, assim, de repente... Ora é este o Santo ao qual eles rezam, S. Nunca.
Pois bem, num Domingo, naquele mesmo do qual ninguém sabe, foram à Missa, numa igreja da qual nunca ninguém ouviu falar, nos confins do Universo, quem sabe num sítio inexplorado do nosso planeta. O padre, o Vento, como anteriormente fora dito, stressado, como nenhum padre devia ser, mas com uma voz que nos levava como se fôssemos meras folhas caídas de uma mera árvore, estava um caos naquele dia! Uma árvore atrevida tinha tido o atrevimento de se atrever a provocar o santíssimo Padre! Não o podia tolerar! "Mas que é isto?" perguntava-se. A única coisa de que tinha a certeza era de não ter a certeza de nada! Mas o espetáculo teria de continuar, já profetizavam os Queen, havia uma Missa para celebrar, e não se podia atrasar, não, isso é que não...
Estava na hora. Iniciara-se com uma simples saudação, e terminara com uma despedida tipicamente banal. Poderia explicitar o que acontecera durante a cerimónia religiosa, mas o que poderia ter sucedido de novo? Nuvens já de idade, solteironas, a cochichar acompanhados dos seus netos, os chuviscos, por antítese novos e mimados, a reclamarem, e que mais? Ora, nada mais. Cada um tinha a sua vida, e o que é certo é que, por estas bandas, não havia muita gente religiosa.
Pena para o Sr. Vento, devoto como não havia, todos os dias rezava quando se levantava e agradecia a S. Nunca por tudo o que tinha na vida, e por tudo o que não tinha (filosofia de vida cega, mas sábia). Era um verdadeiro beato, e tinha muito orgulho nisso.
O mesmo não se podia dizer da sua família. Para eles, era um ultraje ao sangue azul que lhes corria nas veias ter um padre na linhagem real. Mas quem mais o desprezava era a Neve. Tivera sempre vergonha de ter um irmão como tinha, mas também era gananciosa, e o facto é que o Vento era adorado por quase todos naquele sítio de que já falei, e isso devorava-a por dentro e por fora: as rugas eram cada vez mais visíveis e profundas, assim como as úlceras provocadas por cada ato do Vento.
No meio da sua bondade, prosseguia com a sua vida monótona, só, sozinho, abandonado, como sempre quis, como sempre será, como só o Vento podia ser...


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