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Comemoração dos Cem Anos da I Guerra Mundial
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2014/12/181096 leram | 0 comentários | 213 gostam
Numa iniciativa do Subdepartamento de História – “Comemoração dos Cem Anos da I Guerra Mundial”, os 9º anos comemoraram o centenário Guerra (1914-18), na Escola Básica das Taipas com apresentação de exposição e espetáculo a 5 de dezembro, na BE.
As turmas do 9º ano (A, B, D e G) colaboraram na construção do modelo de trincheira, à entrada da escola, reuniram um conjunto de fotografias sobre o tema do quotidiano dos soldados em tempo de guerra, realizaram cartazes sobre a participação de Portugal na I GM e sobre a propaganda de guerra.
Para a 1ª guerra mundial foram mobilizados escritores, poetas, cineastas, atores, pintores e músicos.
O 9ºE pesquisaram e estudaram a Arte na I Guerra Mundial e, particularmente, na Literatura, aqueles que mais padeceram com a guerra, tendo selecionado três poetas e um escritor para serem recordados.
 Os poetas preferidos foram: Apollinaire (poeta francês); Wilfred Owen e Siegfried Sassoon (poetas ingleses); e Ernest Junger (autor alemão). Todos eles sofreram stress de guerra pós-traumático.
No dia 5, depois da visita à trincheira e às exposições, na BE, ouviram-se poemas ditos pelos alunos Beatriz, João e Rui: “ De sol a Sol” – de Apollinaire, “Hino a uma juventude condenada”- de Wilfred Owen e “ Suicídio nas trincheiras”- de Siegfried Sassoon, bem como um excerto do livro “Tempestades de Aço” de Ernest Junger pela Ana Carolina.
Seguiu-se a projeção do filme, “Charlot nas Trincheiras”- de Charlie Chaplin, de foram exibidos alguns excertos. Neste filme, o tema é demasiado sério e Charlot assim o reconheceu mas tratou-o em jeito de comédia. No dia da sua estreia, em março, de 1918, poucos meses antes do dia do armistício – 11 de novembro de 1918, Chaplin referiu-se, desta forma, à sua obra: “ A guerra é um horror e o que é dramático neste filme é a fronteira que fica entre o riso e o choro.”
O espetáculo acabou com “O Fado das Trincheiras” cantado por Fernando Farinha, enquanto decorria um Power Point com fotografias alusivas à participação dos portugueses na guerra, na Legião Portuguesa.

(Ernest JÜNGER, “ Tempestades de Aço” - 2011, p. 243-244).
(…) Diante do buraco estava de pé o suboficial Dujesiefken, um de meus acompanhantes na ação de Regniéville, que suplicava para que eu voltasse à trincheira, pois as massas de terra desabariam sobre mim, no caso de explodir ali uma granada, mesmo que fosse muito pequena. Uma explosão tirou-lhe a palavra da boca; caiu por terra, uma de suas pernas havia sido arrancada. Qualquer ajuda era inútil. Saltei por cima de seu corpo e corri para a direita [...]


De Sol a Sol
Soldado
De sal a sal
Salgado
De sova a sova
Sovado
De suco a suco
Sugado
De sono a sono
Sonhado
Sangrado
de sangue a sangue

Apollinaire



HINO A UMA JUVENTUDE CONDENADA

Que sinos dobrarão por aqueles que morrem como gado?
- Só a fúria monstruosa dos canhões.
Só os rifles com um tartamudear matraqueado
Podem silenciar suas rápidas orações.
Sem galhofas agora para eles; nem preces, nem sinos,
Nem o lamento das vozes, salvo o coro,
O louco coro agudo dos tiros assassinos;
E em tristes lares clarins os chamam como choro.
Que velas podem elevar as suas almas?
Não nas mãos de garotos, e sim nos olhos seus
Haverá de luzir o sagrado brilho do adeus.
Suas mortalhas serão femininas frontes alvas;
Suas flores, o conforto de uma mente paciente,
E cada anoitecer, cortinas fecham-se lentamente.
 
WILFRED OWEN (1893 – 1918)


Suicídio nas trincheiras

Conheci um simples rapaz soldado
Que sorria à vida com uma alegria vazia,
Dormia profundamente na escuridão solitária,
E cedo assobiava com a cotovia.
No inverno nas trincheiras, amedrontado e sombrio,
Com côdeas e piolhos e falta de rum,
Fez entrar uma bala na cabeça.
Ninguém mais falou sobre ele.

Vós multidões de caras sombrias e olhos incendiados
Que aclamais os jovens soldados que marcham
Enfiai-vos em casa e rezai porque não conheceis
O inferno para onde vão a juventude e a alegria.

Siegfried Sassoon

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