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E se amanhã morrer...
Por Pedro Marques (Aluno, 8º C), em 2014/12/11938 leram | 0 comentários | 277 gostam
"Para quê? Para quê sonhar, fazer planos, se daqui a uns dias, quem sabe horas, tudo será em vão, tanto o pouco que realizei, como o muito que viria a conquistar?"
O cancro continua a consumir-me. Restam-me poucos dias de vida - e ainda tanto para viver - mas, mesmo assim, o meu corpo recusa-se a ser autónomo o suficiente para conseguir encher os meus pulmões de ar. Nem o facto de estar a morrer me dá forças ou incentivo para me livrar destas malditas máquinas que me perseguem.
Não tenho muito para contar daquilo que vivi, mas sim daquilo que podia ter vivido. Quer dizer, duvido que alguém queira ouvir a história triste de um adolescente com cancro nos pulmões que está com os pés para a cova. E se alguém, de facto, o desejar, que vá a uma livraria e compre um livro sobre o assunto, afinal, de "best-sellers" desse tipo está o mundo cheio.
Poderia, então, falar dos meus sonhos, mas pergunto-me "para quê? Para quê sonhar, fazer planos, se daqui a uns dias, quem sabe horas, tudo será em vão, tanto o pouco que realizei, como o muito que viria a conquistar?"
Dizem que a depressão é um efeito colateral do cancro. Infelizmente, a depressão é um efeito secundário de se estar a morrer.
Respiro fundo. De vez em quando, é preciso.
Continuo a viver, mas...


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