Uma noite de Halloween | |
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2012/10/30 | 662 leram | 0 comentários | 203 gostam |
Os alunos da Oficina de Jornalismo, na aula, fizeram esta história de Halloween. Se quiseres dar-lhe uma continuação, eles ficariam muito contentes. | |
Estava uma noite assustadora… Subitamente, o Miguel ouviu uma porta a bater. Que se passaria? O som vinha de cima… mais apropriadamente do sótão. Foi ver. Subiu lentamente as escadas para o primeiro andar. Preparado para puxar o escadote corrediço que dava acesso ao sótão, estacou horrorizado ao ver que já estava em baixo. Subiu com receio pé ante pé e, de repente, uma luz forte incidiu-lhe nos olhos. Fechou-os, momentaneamente, e, quando os voltou a abrir, a escuridão tinha descido e tudo estava normal. “Que estranho!” sussurrou ele, baixinho. Desceu para o andar de baixo e começou a ouvir passos no sótão. As tábuas do soalho rangiam e quase podia jurar que ouvia correntes e gritos abafados: Uh” Uh” Uh! “Estou a alucinar!” pensou. “Lá em cima não está ninguém.” E foi deitar-se. As coisas estranhas recomeçaram. Primeiro ouviu o badalar de uma campainha de outros tempos, depois o relógio soou a meia-noite ( e ainda só eram 21.30 horas), a portada da janela do quarto começou a ranger e, subitamente, um trovão ressoou fortemente pela casa. Deu um pulo e soltou um grito. Felizmente, a mãe, no rés-do-chão, onde via televisão, não ouviu. Beliscou-se, encheu-se de coragem e decidiu pôr tudo em pratos limpos e esclarecer o assunto de vez. Pegou numa lanterna e voltou ao sótão. Entretanto, a trovoada estava mesmo por cima da casa. Até pareciam que as paredes iam encolhendo e o chão estava prestes a desabar. Um estrondo disse-lhe que os disjuntores do quadro elétrico se tinham desligado. Por causa da tempestade? De lanterna ligada, bem firme na mão trémula, procurou a explicação para os acontecimentos. Com um espírito muito prático e científico, o Miguel não acreditava em fantasmas nem em almas do outro mundo. E entrou num mundo desconhecido, onde móveis antigos e tralhas de outros tempos se amontoavam. Teias de aranha e pó cobriam tudo com um manto esbranquiçado, mas conseguiu detetar o rasto de umas pegadas minúsculas que reconheceu como sendo de gato. “Mas que coisa!” disse em voz alta. Um Uh!Uh! junto do seu ouvido deixou-o gelado e quase teve um ataque. Era uma coruja, que, ao levantar voo para sair pela janelinha do sótão, cuja vidraça estava partida, se esbarrou numas correntes penduradas numa trave de madeira que atravessava o sótão. Desceu as escadas, convencido de que tinha resolvido o mistério e fechou o sótão. Os passos deviam ser de um gato, as correntes e o som também tinham explicação. Quanto à luz, provavelmente tinha sido um relâmpago a anunciar a trovoada. E o Miguel nunca mais se lembrou do relógio a dar a meia-noite, se bem que no sótão lá estivesse um velho relógio que marcava essa hora... Entretanto os pais, no rés-do-chão, já com a luz de volta, continuavam na sala. Desta vez, nada o distrairia. Ia para a cama. Recusava-se a deixar-se levar pela imaginação. E tudo recomeçou… O barulho das correntes era insuportável. Porém, o Miguel embrulhou-se nos lençóis e cobertores e acabou por adormecer. No dia seguinte, dia de Todos os Santos, saiu do quarto e, boquiaberto, viu o sótão aberto e as correntes nos degraus… Subiu e… Pequenos Jornalistas do 6ºC: Djany, Daniela, Rafaela, Pedro, Liliana | |
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