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Passeio a Tormes
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2014/08/011282 leram | 0 comentários | 333 gostam
A 8 de julho, os docentes do AET fizeram um percurso queirosiano por proposta da Becre em parceria com a editora OPERA OMNIA, cujo diretor foi o guia oficial.
No percurso realizado em camioneta (eram cinquenta e três docentes), foram vários os autores da Literatura Portuguesa focados.
De Taipas, rumámos a Porto Manso (concelho de Baião), onde o senhor José Manuel falou de Alves Redol (escritor neorrealista do séc.XX) que tem um livro com este nome, parte de uma triologia Ciclo Port Wine; referiu o Visconde Vila Moura, autor da transição do séc. XIX para o XX, que tratou pela primeira vez de um tema tabu- a homossexualidade masculina e feminina em “Nova Safo”.
A 1ª paragem aconteceu na estalagem Porto Antigo (concelho de Cinfães), antiga casa de Serpa Pinto, o explorador de África, na foz do Bestança, um afluente do Douro.
Na paragem seguinte, em S.Cipriano, concelho de Resende, visitámos a Torre da Lagariça que deu origem ao romance de Eça de Queiroz “A Ilustre Casa de Ramires”, onde fomos acompanhados por Rui Cochofel, o proprietário, o representante de uma das mais antigas famílias portuguesas ligada à fundação da nacão.
De seguida, visitámos o Mosteiro de Cárquere, também no concelho de Resende, relacionado com o romance já citado e com a lenda do milagre da cura de Afonso Henriques, que teria sido colocado no altar de uma igreja em construção por Egas Moniz, o donatário destas terras que aqui criou D.Afonso Henriques. Aconselhado em sonhos, Egas Moniz assim fizera, segundo reza a lenda e curara o menino.
Depois, visitámos a Casa de Tormes, http://www.youtube.com/watch?v=NbYTWo5UZDk, em Santa Cruz do Douro, concelho de Baião, onde almoçámos uma ementa queirosiana (descrita em “A Cidade e as Serras”- canja de galinha, arroz de favas com frango e leite creme). Esta casa, herdada pela mulher de Eça, deu origem ao romance “A Cidade e as Serras”. Nesta casa, foi criada a fundação Eça de Queirós que recolhe o espólio do escritor. A vertente educativa e cultural traduz um dos primeiros objetivos da Fundação Eça de Queiroz. Além de contribuir para a preservação e divulgação da memória de um dos maiores mestres da língua e da literatura portuguesa e da sua obra, reconhecida nacional e internacionalmente, esta Fundação pretende, sobretudo, disponibilizar o seu património para elevação cultural e formativa dos portugueses em geral, e das gerações jovens em particular. Na fundação, contatámos com a fundadora da Fundação- a Dª Maria da Graça Salema de Castro, viúva de um neto de Eça de Queiroz, D.Manuel de Castro, atualmente com noventa e quetro anos.
Passámos junto à casa de Fanny Owen, a Vila Alice onde se viveu uma história romântica com um fim infeliz, concretamente um triângulo amoroso entre Fanny Owen, José Augusto Magalhães e o famoso escritor Camilo Castelo Branco.
Seguimos para a Estação Ferroviária de Tormes/ Estação de Caldas de Aregos, onde se inicia o caminho de Jacinto. A estação chama-se de Aregos devido às termas que ficam noutro concelho e noutro distrito. Apesar de Tormes nem existir, a estação é assim conhecida devido ao livro.
E… com muita pena, mas cheios de cultura, regressámos às Taipas, com vontade de reler Eça de Queiroz, um doa grandes da Literatura Portuguesa.

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