OS TRÊS PREGUIÇOSOS | |
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2013/06/06 | 1553 leram | 0 comentários | 202 gostam |
A Daniela, O José Pedro e a Liliana resolveram fazer uma história como despedida deste ano de 12-13. Espero que gostem de ler "Os Três Preguiçosos" que foi beber o esqueleto aos Três Porquinhos, mais coisa menos coisa. | |
Era uma vez três irmãos muito preguiçosos. Não faziam nada do que a mãe lhes pedia e, na escola, eram terríveis. A mãe decidiu pô-los à prova. Numa manhã, acordou-os bem cedo com uma buzina barulhenta a berrar-lhes aos ouvidos. -Vou pôr-vos à prova, meus meninos! Têm de cumprir o desafio que vos vou dar! Os três acordaram estremunhados, bocejaram, espreguiçaram-se e… bocejaram novamente e… viraram-se para o outro lado e adormeceram novamente. A mãe, muito zangada, já fumegava e deu um grito que ecoou por toda a casa. Desta vez, os três irmãos levantaram-se num ápice. A mãe deu a cada um um mapa da floresta onde viviam. Tinham de seguir percursos diferentes e chegar ao destino marcado com um X vermelho, assim completando o desafio. Não se podiam afastar do seu caminho ou seriam penalizados – ficavam sem sobremesa durante uma semana. Este era um castigo horrível para os irmãos, pois a gula era o seu segundo grande defeito. O irmão mais novo, o Jeremias, olhou para o seu mapa e viu que havia um caminho mais curto que o que tinha marcado a preto. Mafioso como era, sem dizer nada, pensou com os seus botões: “Ora, até julga que vou andar tanto a pé! Cansado como estou, ficava logo na primeira curva!” E seguiu o caminho de acordo com a sua vontade. Haveria de chegar ao X. O irmão do meio, o Zézé, fino como um rato, também procurou dar a volta ao problema, pois detestava andar. A sua bicicleta, guardada nos fundos do quintal, ficava a caminho. Podia pegar nela e usá-la sem ninguém saber. Seria um segredo só seu. O irmão mais velho, o Zacarias, preguiçoso mas cumpridor, dispôs-se logo a seguir as regras tal como estavam estipuladas. Mas pensou: “Nunca mais vou chegar ao X. A andar pelo meu pé, só lá vou chegar quando as vacas souberem voar”. O Jeremias andou durante dois minutos. Cansou-se, sentou-se numa pedra e adormeceu. A mãe não tinha dado prazo pelo que ele podia chegar ao X quando quisesse. O Zézé pedalou durante algum tempo até que o pneu traseiro da bicicleta furou. É que o Zézé era bem pesado! Triste, ficou a olhar para o pneu sem saber o que fazer. “Não vou comer sobremesa durante uma semana!” Sentou-se na beira do caminho, encostou-se a uma árvore e adormeceu. O Zacarias, com muito esforço, deu setenta e sete passos, segundo a sua contagem, e pensou: ”Já andei muito. Posso descansar cinco minutos”. Deitou-se na erva húmida da beira do rio, bocejou e adormeceu. Os três irmãos tiveram o mesmo sonho. Era-lhes dada uma enorme taça de gelado com a qual se deliciavam. Por incrível que pareça, acordaram no mesmo instante em que a mãe pensava: “ Por onde andarão aqueles malandros? Vão ficar sem sobremesa!” O mais novo pegou no mapa e procurou situar-se, sem sucesso. Como se havia afastado do caminho traçado, não sabia onde estava nem por onde devia seguir caminho. O do meio, sem a preciosa ajuda da bicicleta, começou a caminhar e logo, logo, tropeçou, caiu e esfolou o nariz e os joelhos. Ainda pensou se valia a pena chorar, mas chegou à conclusão de que era uma perda de água desnecessária, pois estava sozinho. O mais velho, penosamente, prosseguiu o seu caminho. Tinha de chegar ao X antes de anoitecer. Embrenhado nos seus pensamentos, não viu o Zézé que, bem pertinho, se lamentava baixinho. Olhou o seu mapa e continuou… Entretanto, o Jeremias resolveu subir a uma árvore. Talvez conseguisse ver o caminho que devia ter percorrido. Lá de cima da copa, quem é que ele viu? O irmão mais velho que, lá longe, seguia lentamente o seu percurso. Resolveu segui-lo. O Zézé, cheio de dores, apercebeu-se de que se aproximava uma carroça ao ouvir o zurrar de um burro. O carroceiro maltratava-o e insultava-o. Sentiu que as esperanças voltavam e escondeu-se a aguardar pelos acontecimentos. A cena que viu era absolutamente espantosa. O homem puxava as rédeas com toda a força e o burro negava-se a andar. Depois, pegou no chicote e ia bater no animal, quando o Zézé resolveu mostrar-se. Podia ser preguiçoso mas adorava os animais. Perante a presença inesperada do rapaz, o homem caiu e perdeu o chicote. O rapazito não pensou duas vezes. Agarrou as rédeas, subiu para a carroça e, como por magia, o burro começou a trotar. Tinha encontrado um novo processo para chegar ao famigerado X. O pobre Zacarias continuava o seu caminho obedecendo às regras, no entanto, cada vez mais penosamente. Por esta altura, já o Jeremias, o mais novo, o tinha apanhado e, embora se lamentasse da perda das sobremesas, tinha resolvido ajudar o irmão. Habituado a usar estratagemas, resolveu que, se conseguisse puxar uma árvore com um tronco flexível e lá atasse o irmão, ele seria catapultado lá para a frente e, possivelmente, conseguiria chegar ao X. Só tinha de fazer uns cálculos. Ora, o Jeremias era o melhor aluno a Matemática lá na escola. Puxou de um bloco que andava sempre consigo e começou a fazer contas. Depois, ajudado por Zacarias que tinha muita força lá construiu a engenhoca. Usaram fitas, fiteiras e umas plantas com folhas longas e resistentes para atar e, em dois tempos, o aparelho ficou pronto. Sem mais delongas, o Zacarias colocou-se na posição e o Jeremias começou a cortar a atadura com o seu canivete. E o Zacarias lá foi, mas não foi sozinho. É que o Jeremias não foi suficientemente rápido a afastar-se e também viajou preso a uma das fitas. Já nos ares, o Jeremias começou a berrar “Meu Deus, esquecemo-nos de pensar na queda. Vamos esborrachar-nos. Socorro! Socorro!” O Zacarias juntou os seus gritos aos do irmão. Cá em baixo, o Zézé conduzia a carroça. O burro nunca tinha andado tão depressa. A certa altura, ouviu-se um grande estrondo. Os dois irmãos tinham “aterrado” em cima do monte de feno que a carroça transportava. E logo, adiante, viram a mãe que os esperava. Afinal, nenhum cumprira o que estava estipulado. Não tinham seguido os diferentes percursos, não tinham obedecido às instruções, mas tinham-se ajudado mutuamente. A mãe, furiosa mas contente, decidiu premiá-los a todos com uma enorme taça de gelado de morango, chocolate e baunilha, o seu mix favorito. E os três irmãos aprenderam que se partilhassem as suas tarefas, a vida seria mais fácil e não se cansariam tanto. E, aos poucos, passaram a ser mais trabalhadores e responsáveis. P.J. Daniela, José Pedro, Liliana – 6ºC | |
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