Já metendo a colherada | ||
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2012/05/14 | 652 leram | 0 comentários | 193 gostam | |
Garfos… facas… colheres… não são propriamente tema aliciante para uma crónica Mas, sendo as palavras pau para toda a colher, certamente o esforço será recompensado. | ||
Metendo a colher e já cortando a torto e a direito algumas verdades se impõem. Afinal, Taipas é a capital das Cutelarias, diz uma ata qualquer da autarquia. Apesar do ambiente que frequentemente é de cortar à faca, os Taipenses trabalharam para isso ao longo dos séculos. Bem, a dizer a verdade, nesta operação estranha, quem esteve com a faca e o queijo na mão foram os Celtas que vieram para cá e se estabeleceram na Citânia e, ao longo das várias idades da História, os habitantes foram usando instrumentos de corte de pedra, de bronze, de ferro,,, que podem ser visitados no Museu Arqueológico Castrejo e no Martins Sarmento. Depois, já romanizados, os povos instalaram-se junto ao rio e, com a fundação do condado, os armeiros e os ferreiros proliferaram nesta zona, junto da corte e do rio, ótimo para temperar o aço dos punhais, das facas, das espadas… E neste corte e têmpera, acabaram por surgir os talheres de hoje, que a civilização dita “civilizada” utiliza para comer. Ora, se for um bom garfo, até lhes dá uma boa utilização. E neste corta e cose tudo vai bem se não for preciso ir à faca. Aí é que o caldo entorna. E entram os bisturis ao barulho. Contudo, se parecer um espeto, se for magrinho arrisca-se a deixar as pernas para cabo das facas e dos garfos, como se dizia antigamente a quem fosse menos abonado de carnes e pretendesse visitar o concelho. A cutelaria também entrou na gíria dos estudantes com o “espetou-se” significando que o teste ou o exame não correu bem. Não sei se foram as cutelarias que deram a estas gentes o gosto exacerbado pelo corte. E ei-los que cortam na casaca e andam na tesourada a propósito de tudo e de nada, pois nunca estão satisfeitos, manipulam com completo à-vontade o machado da crítica e da má-língua e gostam de esgrimir com as palavras. Cutelaria abaixo e acima, peguemos nos talheres e deliciemo-nos com uns bons rojões à moda do Minho. PJ – Grupo 8ºH (C/prof) | ||
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