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Entrevista a Joaquim Castro
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2012/05/04737 leram | 0 comentários | 154 gostam
Filho de cutileiro e neto de garfeiro, Joaquim Castro cedo começou as lides na cutelaria, quando dava aos foles para ajudar o avô, como nos disse no dia 30 de abril.
O pai, como cutileiro, trabalhou em várias empresas e, desses tempos complicados, recorda o facto de ser miúdo e levar a cana de pesca ao pai para depois do trabalho trazerem os peixes para o jantar. O avô tinha uma oficina de garfeiros, com dez- doze empregados, mas nessa altura o pai já era emigrante e, lembra-se de, com seis, sete, oito anos ajudar a tocar aos foles ou à ventoinha para depois espalmarem o ferro, pois nessa altura habitava com o avô.
Com onze anos saiu da escola e foi trabalhar para a fábrica de cutelarias do Berto Silva. Foi cutileiro durante oito meses e com o primeiro salário comprou um anel com uma pedra verde. A vida era difícil e resolveu estudar e estudou até aos quinze anos, altura em que emigrou para a Alemanha, onde esteve durante cinco anos. Como filho único (eram mais quatro raparigas) optou por regressar ao país com os pais. Venceu como profissional, desde motorista até planificador de uma empresa, mas depois com problemas de saúde dos patrões (já tinha um filho licenciado em engenharia mecânica), negociou com eles e formou a filha em enfermagem.
Embora sentisse a crise como todos na altura, nunca passou muito mal, porque o pai, ao ser emigrante na Alemanha, lhe facultou algumas regalias que os outros rapazitos do seu tempo não tinham: a primeira bicicleta, os patins.O pai também tinha carro.
E deixou um conselho aos alunos: nunca deixem de estudar. Hoje está a fazer o RVCC para o 12º ano.
Quanto ao avô, porta-estandarte do sindicato dos garfeiros, faleceu com 72 anos, vítima de cancro e ainda era garfeiro.


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