Entrevista a João Batista | ||||
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2012/05/23 | 679 leram | 0 comentários | 166 gostam | |||
A Oficina de Jornalismo da EB 2,3 de Caldas das Taipas entrevistou João Batista, fundador da Batil, a 10 de maio. | ||||
Homem trabalhador e empreendedor, confessou-nos que o trabalho ativo foi a melhor parte da sua vida. E começou cedo, mal saiu da escola, em 1950, a trabalhar na fábrica do seu avô António Silva Fertuzinhos a limpar as costas dos canivetes que se vendiam para Angola e Moçambique. Com “queda” para as tesouras, os segredos de afinar, niquelar e polir foram logo desvendados. Tornou-se num afinador de primeira, o ás dos afinadores. Das tesouras o avô lançou-se para os canivetes e saca-rolhas e, prontamente, se adaptou a afinar estes utensílios. Acabou por entrar também na escrita da fábrica, pois, como referiu, naquele tempo, a contabilidade era do tipo da taberna com recibo e talão. Os trabalhadores, que eram mais de cem, trabalhavam quarenta horas por semana e recebiam ao sábado, pelas dezassete horas, e recebiam 20$00 e tinha de arranjar notas para lhes pagar (era a Farmácia Silvério que lhas arranjava). Deixou andar e houve uma fusão entre as Cutelarias Machado, Manuel Francisco Mendes e José Ribeiro. João Batista acabou por ficar à frente da fábrica do avô. Depois de casado, começou a pensar no futuro e apresentou a questão ao avô de lhe dar uma quota para permanecer na firma. Tal não aconteceu. Bem, em 1964, foi trabalhar por conta própria. Convidou os dois irmãos e criou a BATIL, assim denominada por Batista, Irmãos & Ca, Lda. A firma do avô acabou por soçobrar quatro, cinco anos depois. E João Batista trabalhou até 2006/07, quando passou para os filhos. Em 64, com cem empregados, faziam 150 tesouras e 120 canivetes por dia. Há dez anos, já fazia duas mil tesouras por dia, com máquinas mais modernas, com sistemas mais sofisticados. Embora com nome no país e no estrangeiro, a produção da Batil era praticamente toda absorvida pelo mercado nacional. E João Batista disse ser um homem realizado, pois tinha atingido os objetivos que se propusera. | ||||
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