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| Entrevista a Balsemino Gonçalves | |
| Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2012/04/30 | 697 leram |  0 comentários |  173 gostam |
| Homem de palavra fácil, Balsemino Gonçalves, a 19 de abril, falou à Oficina de Jornalismo da Escola Básica 2,3 de Caldas das Taipas da sua vida pessoal e profissional com um sorriso nos lábios,... | |
 Filho de garfeiro, cedo começou a encabar os garfos utilizando o torno, o cavalo, a grosa, a lima, a madeira para os cabos e as tachas. As tabuinhas para os cabos eram em madeira dura e difícil de trabalhar (o pau preto) e o catraio tinha de as furar com a rabeca, primeiro marcando os furos com o pinador e depois colocando a tacha, cuja ponta cortava com uma silheta temperada. Depois, para chegar ao torno e poder utilizar a grosa e depois a lima para romper a madeira que sobrava, como era pequenito, tinha de se pôr em cima de uma grade. E muito nos contou sobre o trabalho de cutileiro, na Herdmar, para onde foi com treze anos, em 47, tendo saído em 63 para ir para a Alemanha. Regressou em 70, pôs um comércio de pasto mas “arrebentou” em 76. Foi então que começou uma indústria caseira, onde fazia facas de aço mole das fitas de aço que apertavam os fardos de algodão que vinham para as fábricas de têxteis da região. Eram umas facas que cortavam bem, mas que enferrujavam com facilidade. Só mais tarde veio o aço inox e a criação da sua marca 2000 inox que, desde 1984, está nas mãos dos filhos, embora ainda vá para lá dar uma mãozinha. Disse-nos que, para a Guimarães CEC 2012, foram encomendados talheres com a forma de pequenas espadas (a lembrar o Afonso Henriques) por três hotéis de Guimarães para comer o taco de boi. O senhor Balsemino contou e encantou. É um homem que se fez, cresceu e realizou, moldado também ele na têmpera do aço que trabalhou. As condições de trabalho a que os trabalhadores das cutelarias estavam sujeitos na sua profissão eram árduas, como salientou. E talbém relatou algumas tradições associadas aos cutileiros e aos taipenses. | |
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