Entrevista a Alberto Ribeiro Silva | ||||
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2012/05/04 | 783 leram | 0 comentários | 171 gostam | |||
Com 77 anos, Alberto Ribeiro Silva falou à Oficina de Jornalismo sobre a sua vida de cutileiro sempre ligada ao trabalho árduo, a 30 de abril. | ||||
Foi um homem que deu a volta por cima mas marcado por uma vida dura de trabalho que falou aos jovens. Os tempos estão difíceis e há crise, mas nem de longe nem de perto se podem comparar com aqueles outros tempos em que nem pão havia para se comer. Então, havia crise de fome e não havia trabalho. Só quando havia as vindimas é que os garfeiros vendiam. Por exemplo, hoje sabe o que é um bife, mas com quinze anos não sabia. Alberto Silva dos sete aos treze anos fez garfos(o pai era garfeiro),garfos de ferro que enferrujavam. Ele e os irmãos- eram de ao todo mais uma prima. Depois, até aos vinte e oito anos, foi trabalhar para o inox, tendo trabalhado no Domingos Marques da Costa e na Belo Inox,altura em que emigrou para França. Forçado a regressar a casa, pois tinha um filho muito doente, foi trabalhar para o Miguel Marques como cutileiro de 1ª categoria, onde trabalhou mais dezanove anos. Proibido pelo médico de trabalhar no pesado, deixou a fábrica com sessenta e um anos mas só conseguiu reformar-se dois anos depois. Alegra-se por nenhum dos filhos ter passado pelo que ele passou, pois só não estudaram porque não quiseram. As raparigas ainda estudaram. Da vida transtornada e difícil, arranjou uma vida melhor para os filhos. E, com mágoa, falou como foi prejudicado na sua reforma pelo patrão (as falcatruas eram tão comuns nessa altura!). | ||||
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