Comemoração dos Cem Anos da I Guerra Mundial | ||||||||||||||||||||
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2014/12/18 | 1161 leram | 0 comentários | 236 gostam | |||||||||||||||||||
Numa iniciativa do Subdepartamento de História – “Comemoração dos Cem Anos da I Guerra Mundial”, os 9º anos comemoraram o centenário Guerra (1914-18), na Escola Básica das Taipas com apresentação de exposição e espetáculo a 5 de dezembro, na BE. | ||||||||||||||||||||
As turmas do 9º ano (A, B, D e G) colaboraram na construção do modelo de trincheira, à entrada da escola, reuniram um conjunto de fotografias sobre o tema do quotidiano dos soldados em tempo de guerra, realizaram cartazes sobre a participação de Portugal na I GM e sobre a propaganda de guerra. Para a 1ª guerra mundial foram mobilizados escritores, poetas, cineastas, atores, pintores e músicos. O 9ºE pesquisaram e estudaram a Arte na I Guerra Mundial e, particularmente, na Literatura, aqueles que mais padeceram com a guerra, tendo selecionado três poetas e um escritor para serem recordados. Os poetas preferidos foram: Apollinaire (poeta francês); Wilfred Owen e Siegfried Sassoon (poetas ingleses); e Ernest Junger (autor alemão). Todos eles sofreram stress de guerra pós-traumático. No dia 5, depois da visita à trincheira e às exposições, na BE, ouviram-se poemas ditos pelos alunos Beatriz, João e Rui: “ De sol a Sol” – de Apollinaire, “Hino a uma juventude condenada”- de Wilfred Owen e “ Suicídio nas trincheiras”- de Siegfried Sassoon, bem como um excerto do livro “Tempestades de Aço” de Ernest Junger pela Ana Carolina. Seguiu-se a projeção do filme, “Charlot nas Trincheiras”- de Charlie Chaplin, de foram exibidos alguns excertos. Neste filme, o tema é demasiado sério e Charlot assim o reconheceu mas tratou-o em jeito de comédia. No dia da sua estreia, em março, de 1918, poucos meses antes do dia do armistício – 11 de novembro de 1918, Chaplin referiu-se, desta forma, à sua obra: “ A guerra é um horror e o que é dramático neste filme é a fronteira que fica entre o riso e o choro.” O espetáculo acabou com “O Fado das Trincheiras” cantado por Fernando Farinha, enquanto decorria um Power Point com fotografias alusivas à participação dos portugueses na guerra, na Legião Portuguesa. (Ernest JÜNGER, “ Tempestades de Aço” - 2011, p. 243-244). (…) Diante do buraco estava de pé o suboficial Dujesiefken, um de meus acompanhantes na ação de Regniéville, que suplicava para que eu voltasse à trincheira, pois as massas de terra desabariam sobre mim, no caso de explodir ali uma granada, mesmo que fosse muito pequena. Uma explosão tirou-lhe a palavra da boca; caiu por terra, uma de suas pernas havia sido arrancada. Qualquer ajuda era inútil. Saltei por cima de seu corpo e corri para a direita [...] De Sol a Sol Soldado De sal a sal Salgado De sova a sova Sovado De suco a suco Sugado De sono a sono Sonhado Sangrado de sangue a sangue Apollinaire HINO A UMA JUVENTUDE CONDENADA Que sinos dobrarão por aqueles que morrem como gado? - Só a fúria monstruosa dos canhões. Só os rifles com um tartamudear matraqueado Podem silenciar suas rápidas orações. Sem galhofas agora para eles; nem preces, nem sinos, Nem o lamento das vozes, salvo o coro, O louco coro agudo dos tiros assassinos; E em tristes lares clarins os chamam como choro. Que velas podem elevar as suas almas? Não nas mãos de garotos, e sim nos olhos seus Haverá de luzir o sagrado brilho do adeus. Suas mortalhas serão femininas frontes alvas; Suas flores, o conforto de uma mente paciente, E cada anoitecer, cortinas fecham-se lentamente. WILFRED OWEN (1893 – 1918) Suicídio nas trincheiras Conheci um simples rapaz soldado Que sorria à vida com uma alegria vazia, Dormia profundamente na escuridão solitária, E cedo assobiava com a cotovia. No inverno nas trincheiras, amedrontado e sombrio, Com côdeas e piolhos e falta de rum, Fez entrar uma bala na cabeça. Ninguém mais falou sobre ele. Vós multidões de caras sombrias e olhos incendiados Que aclamais os jovens soldados que marcham Enfiai-vos em casa e rezai porque não conheceis O inferno para onde vão a juventude e a alegria. Siegfried Sassoon | ||||||||||||||||||||
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