A Cartinha | ||
Por Maria Teresa Portal Oliveira (Professora), em 2012/12/12 | 841 leram | 0 comentários | 242 gostam | |
Os pequenos jornalistas do 8ºH fizeram este texto sobre uma cartinha escrita ao Pai Natal. | ||
É véspera de Natal. A azáfama é grande. O Afonso, agarrado à sua cartinha escrita no jardim-de-infância, ia metê-la no correio. Esperava com ansiedade que o Pai Natal a lesse e lhe desse a PS Vita. Com o seu metro e dez, a mãe via-se aflita para lhe encontrar roupa. Por outro lado, contavam-se os ossinhos todos. Havia quem dissesse que era anorético. Usava os óculos na ponta do nariz que escondiam o verde-esmeralda do seu olhar. Filho de pai egípcio, natural do Cairo, e de mãe americana, de Seattle, o tom trigueiro do Afonso chamava a atenção de quantos o conheciam. Vivia em Lisboa, perto da embaixada egípcia, onde o pai era secretário do embaixador. Apesar de não professar a religião católica, a família vivia as celebrações do país onde habitavam, principalmente, o Natal. Pelo caminho, uma súbita rabanada de vento fê-lo largar a carta que voou rua abaixo em direção à lixeira. O Afonso, desgostoso, correu a toda a velocidade das suas perninhas e, quando já estava quase a deitar-lhe a mão, eis que nova corrente de ar a levanta, desta vez para as nuvens. Começou a choramingar. A mãe consolou-o e disse-lhe que o Pai Natal conhecia o conteúdo de todas as cartinhas que lhe tinham sido escritas. O menino ainda soluçava, já estava mais calmo, quando um velhote de barbas brancas se aproxima e lhe devolve a cartinha. Ficou meio pasmado a olhar para o velho e ainda disse: És o Pai Natal? O homem não respondeu. Apenas sorriu e foi embora. Mas, lá longe, o menino ainda ouviu a gargalhada Ho! Ho! Ho! e ouviu o seu trenó. -Também ouviste?- perguntou à mãe. -Ouvi o quê?- questionou ela. Foi então que o Afonso se lembrou que só as crianças é que podem ver e ouvir o Pai Natal. E tu, já o viste? Está atento ao dia 24 de dezembro. | ||
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